Engenheira Civil e empreendedora Vitória Sartori
- entrevistadoresIFSP
- 21 de jul. de 2021
- 5 min de leitura
Atualizado: 22 de jul. de 2021

Formada na segunda turma do curso de Engenharia Civil, nota 5 no MEC e no ENADE, do IFSP Votuporanga, Vitória (24) nos conta sobre sua carreira como engenheira civil atuando como empreendendo na área de projetos, e contratada como auxiliar de um escritório de arquitetura.
Abaixo, leia mais sobre a história, desafios e conquistas de Vitória, em entrevista completa para a Equipe de Entrevistas de Engenharia Civil do IFSP.
Sabemos que você foi aluna de uma das primeiras turmas de Engenharia Civil do IFSP - Votuporanga. Como foi essa experiência?
Poder realizar minha formação no IFSP – Votuporanga é considerada para mim a primeira realização da minha trajetória profissional. E poder acompanhar o crescimento do curso desde o inicio foi algo muito gratificante e me da muito orgulho de ter feito parte dessa história.

Formandos da Turma II de Engenharia Civil do IFSP Votuporanga
Quais oportunidades dentro do IFSP te fizeram crescer como profissional?
Eu sempre falo que a melhor parte do meu curso, é o desenvolvimento que ele proporciona. As dificuldades, como virar noites estudando, conciliar todas as matérias, além do desafio de passar a morar sozinha tão nova te faz realmente mudar como pessoa, desenvolver um senso de responsabilidade e habilidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo (o que acaba sendo necessário na nossa profissão). O curso de engenharia civil não te ensina apenas a desenvolver formulas matemáticas, métodos construtivos e a criar projetos, te ensina a PENSAR COMO ENGENHEIRO, a resolver os problemas de forma lógica e objetiva e no final das contas nossa profissão é isso né, resolver os problemas e necessidades.

Como foi o início da sua carreira na Engenharia Civil?
Eu já havia concluído minha carga horaria de estágio no meu 4º ano. Porém no meu ultimo semestre, eu senti a necessidade de atuar de alguma forma profissionalmente, passei a procurar estágio novamente e comecei como estagiária em um escritório de arquitetura, enquanto também já estruturava meu próprio negócio. Ao me formar eu fui contratada, e pude também iniciar meus trabalhos como empreendedora, lançando o VISAR OBRAS E PROJETOS.

Como foi o processo desde o final da sua graduação até o início do seu negócio? Você se imaginava onde está atualmente? Conte-nos mais sobre seu empreendimento!
Na verdade eu sempre me imaginei sim nessa área. Sempre gostei muito da parte de projeto arquitetônico, obras, gestão, tanto que quando prestei vestibular em varias instituições minha opção foi arquitetura.
Porém eu sempre tinha em mente que quando eu me formasse eu ia exercer o que fosse possível, onde tivesse emprego e minha aptidão e preferencia eu via como algo bem distante. Então não era algo que eu tinha como “objetivo”. No meu ultimo semestre (que quem já se formou ou está nele sabe, é aquele momento em que a gente fica: MEU DEUS E AGORA? Vou de estudante para desempregada), eu pensei: porque não fazer o que eu realmente quero?
E então eu decidi que sim, comecei aos poucos a estruturar meu próprio negócio, criar minha identidade visual, pensar num espaço que eu pudesse atender meus clientes, fazer alguns cursos de gestão. Para vocês terem uma ideia eu não sabia nem como precificar meu trabalho. E fui aprendendo, antes mesmo de terminar o curso.
Foi nesse processo que eu decidi que eu precisava de um contato mais direto com tudo que eu estava estudando pra ser capaz de colocar em prática, e fui em busca de mais um estágio. Mas eu não tratei como um simples estágio, eu desde o inicio encarei como um trabalho. Eu tinha dificuldade de inicio, não tinha a agilidade e conhecimento dos macetes e detalhes então eu cumpria meu horário, chegava em casa e continuava o trabalho, pra no dia seguinte eu estar um pouquinho mais adiantada, mesmo sem ter essa cobrança. Pra mim era um desafio pessoal aprender cada vez mais, aliás ainda é. Quando eu me formei, eu fui contratada, e hoje eu trabalho por meio período no Studio RC, Arquitetas Associadas, onde continuo aprendendo muito diariamente.

E junto disso eu iniciei os atendimentos do VISAR Obras e Projetos, oferecendo serviços de projetos arquitetônicos, projetos de interiores, processos burocráticos, acompanhamento de obras. Colocando em prática uma reflexão que eu sempre tive ao longo da minha formação: que a nossa profissão lida com sonhos de uma vida. As famílias passam anos, trabalhando e sonhando com a construção de seu lar, da sua casa dos sonhos, e quando a gente pensa dessa forma nos da noção do tamanho da responsabilidade que é estar a frente e tornar isso real. Por isso além de cuidar dos processos de projeto eu sempre busco também cuidar dos meus clientes, para que eles se sintam seguros em me ter como responsável pelo sonho deles.
Hoje eu sou a responsável por todo os processos do VISAR, mas já planejo futuramente formar minha equipe de trabalho e crescer ainda mais como empresa.

Turma II do curso de Engenharia Civil
Quais as principais dificuldades profissionais que você encontrou até o momento (e como o aprendizado no IFSP te ajudam a contorná-los)?
Hoje eu vejo que o mercado em si é uma dificuldade a ser enfrentada. Nem sempre as pessoas confiam no seu engenheiro ou arquiteto, e desenvolver essa relação de confiança é um desafio. Na maioria das vezes nós somos vistos como um mal necessário, mas em contra partida somos os primeiros a ser chamados quando algo da errado (risos). E isso é resultado da nossa própria atuação, distanciamento do profissional dos seus clientes, rivalidade no canteiro de obras, e uma resistência em entender o que realmente o cliente quer e precisa de forma mais humana.
Por isso eu sempre procuro oferecer isso aos meus clientes, explicar meu papel na realização do seu sonho e fazer com que ele entenda que realmente pode contar comigo.
No IFSP Votuporanga eu aprendi a dar o melhor de mim, as dificuldades que o curso me fez enfrentar me ensinaram a ser dedicada, e poder oferecer aos meus clientes a dedicação que eles precisam, a buscar aprender o que eu ainda não sei sem ter vergonha de assumir, mas sempre entregar o melhor.

Quais conselhos você daria para alunos que estão se formando no IFSP?
O conselho que eu deixo para vocês é: APRENDA E NÃO DESISTA. Principalmente pra galera que quer empreender e ir pro mercado de obras é muito importante que você tenha humildade para assumir que você não sabe e aprender com quem sabe mais que você, seja um professor, um colega de trabalho, um construtor um fornecedor, seu chefe, ou mesmo um pedreiro. Saiba também ouvir seu cliente, o que ele precisa, o que ele realmente quer, deixe o ego de querer projetar no “seu estilo”, isso é legal, desde que seja o que seu cliente espera de você. E por fim sejam persistentes, eu sei bem que desde a faculdade nossa vida não é fácil, mas quando estamos no mercado, empreendendo, em vários momentos se tem a sensação de que você não vai conseguir, que você nunca vai ter um cliente, que você não vai conseguir viver daquilo, mas é possível sim, desde que se trabalhe duro e se esteja disposto a aprender.
"Gostaria de agradecer primeiramente à Equipe de Entrevistas do IFSP – Votuporanga, pela oportunidade de compartilhar um pouquinho da minha trajetória, além de toda a equipe de professores e servidores do Campus, que nunca mediram esforços para oferecer com excelência o curso de engenharia civil, e por isso são responsáveis por tantos alunos bem sucedidos no mercado de trabalho e carreira acadêmica.
E também gostaria de agradecer aos apoiadores da trajetória da minha carreira até aqui.. Em especial ao Studio RC, às minhas chefes queridas, Renata Sechini e Cintia Albieri que acreditaram em mim e me deram a oportunidade de estar diariamente aprendendo com elas e colaborando para o trabalho incrível que elas realizam. Ao meu companheiro Kassius Fonseca que sempre está ao meu lado me aconselhando e me lembrando de que eu sou capaz nos momentos mais difíceis. E à minha família, por fazer dos meus sonhos o objetivo deles, me dando todo o suporte e apoio desde sempre."
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